sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Um real abstrato


Menina de vários amores, paixões ou até mesmo compaixões, aquela que ama e quando se engana sempre diz que não era amor. Menina fácil de esquecer, vários perfumes, várias mascaras, vários delírios. Menina que se engana, engana os outros e a si mesma. Não tenho sentimentos verdadeiros, sou menina de sentidos obscuros, ora apaixonada, ora perdoada, mas nunca desmascarada. Suas mascaras amplas sempre a disfarça, ontem feliz, hoje em gargalhadas, mesmo com aquele aperto no coração, seu fingimento não deixa transparecer, aquela lagrima derramada, por ele, por você, por qualquer um. Menina dos olhos claros traçando o impossível, sente-se diferente e acima de qualquer um, no seu quarto, apenas no seu quarto. Vícios declarados, olhares disfarçados, amores inacabados e livros pré começados, sua vida é vivida em vão, no compasso dessa dança ela perdeu o próprio chão, mas para ela o divertido mesmo é voar, mesmo sem saber, mesmo sem querer, mesmo ainda com os pés no chão. Menina que se diz cansada para parecer mais forte, cansada disso, daquilo, do ontem, do hoje e até mesmo do daqui a pouco. A olheira já está profunda, mas o sono ainda não chegou e pelo visto, demorará a chegar.