sábado, 29 de novembro de 2008

Versos inversos


Ando sentindo medo do meu passado voltando. As coisas tornaram sem graça e sem gosto, não me sinto empolgada e nem ao menos ansiosa. Mas eu queria que chegasse logo o daqui a pouco. Ando sentindo medo de olhar aqueles olhos faiscantes que acabaram apagando o brilho que existia no meu. Caminhar, tropeçar, cair, levantar e caminhar novamente, é isso que ando fazendo e refazendo. Andei escrevendo asneiras, andei perdendo as estribeiras, andei para respirar novos ares, andei só por andar. Sinto saudades dos bares mais sujos, das doses mais fortes e do perigo da noite, sinto saudade de quando eu falava verdades e de quando omitia duvidas, sinto saudade das conversas mais loucas e dos papos mais sensatos, sinto saudade de quando eu realmente sentia saudade. Eu acabei de tornar as coisas mais difíceis, me peguei pensando em você, acabei esquecendo de mim. Andei me perdendo nessa noite sem estrelas, eu sorri para o estranho e acabei tropeçando. Me peguei pensando em ti, em teus cachos cortados e nos tênis furados. Andei sentido sua falta, peguei sua carta, seus presentes e sua blusa, deitei na minha cama, acendi mais um cigarro. Seu cheiro ainda esta no meu quarto, ainda esta em mim e nas minhas roupas. Eu havia esquecido que sonhar contigo torna as coisas mais fáceis, mas acordar sem você trás lagrimas, eu não chorei quando acordei, eu não sorri quando dormi. Deitei-me na cama novamente, escrevi outra carta pra ti, mais uma que nunca entregarei. Me perdi nas minhas próprias palavras, mergulhei e me afoguei em lagrimas. Eu só queria parar de falar de você, de pensar em nós dois e de esperar o daqui a pouco. E você ainda me faz bem.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Sinceramente eu sempre menti


Isso não importa mais, honestamente tenho duvidas se algum dia chegou a importar. E eu não sinto raiva de ti, ainda, sinto pena. Aquelas tardes nunca voltarão e se um dia voltarem, não espere sinceridade da minha parte, seguirei o seu jogo de farsa e egoísmo. E não se esqueça, aquela sua mascara de uma menina fria e cínica está fora do lugar e prestes a cair, pena que não estarei na platéia para ver tão grandioso espetáculo.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O amanhã


Talvez eu tenha esquecido que as certezas não são tão certas assim, que o doce um dia se torna amargo e que a chuva uma hora passa. Pensar que tudo é eterno é bem mais simples e talvez medíocre. O medo torna a me acompanhar freqüentemente, e aquela menina tão forte acaba sendo cada vez mais desmascarada. Minhas forças acabaram, meu remédio esta no fim e minhas narinas trancadas e eu ainda estou aqui a pensar em tudo que pode ser o certo. Certa vez juramos amor eterno, certo dia juramos felicidade plena e sinceramente eu ainda tento cumprir minha parte do juramento, eu tento, eu espero eu venero. Mas as coisas não são tão simples como pensamos, não tão fácil como eu imaginei e não tão bela como eu sonhei, há momentos em que desistir de lutar já não se torna tão vergonhoso assim, se torna ético. Já em outros lutar é garantia de consciência limpa e vestígios de esperanças. Um dia tudo se renova, um dia as lagrimas limparam o sangue que deixei respingar nas minhas tardes tortuosas, um dia a chuva volta e leva com ela toda aquela substancia trazidas com a abstinência de você, eu ainda sinto sua falta, você ainda é minha melhor droga. Nas tardes deitadas sobre uma cama com um cigarro na boca e um cinzeiro no colo, vejo quase que uma luta livre e desordenada dos meus pensamentos que ao mesmo tempo que se estupram estão se beijando. É tudo tão confuso, é tudo tão disperso, mas não desisto de crer no amanhã, tento esconder que esse mesmo amanhã esta cada vez mais longe do que eu possa imaginar. Talvez o amanhã que eu tanto temo e devo, pode ser o ontem que eu esqueci ou ainda o hoje que eu vivi, mas isso não ameniza aquelas dúvidas e medo de sentir outro corpo novamente. E se você entender? E se não me esquecer? E se eu me conformar, o certo continua tão dolorido e o medo do amanha não diminui a vontade de viver dessa forma perigosa e diferenciada. Mas repito, você ainda é minha melhor droga.

domingo, 9 de novembro de 2008

Ao tom da insegurança


Ela nunca deixou de acreditar que aquele beijo ela sentiria novamente, ela sempre sabia que estava certa ao esperar e acreditar naquela voz que lhe fazia permanecer ali esperando. A sociedade lhe impõe aquilo o que é errado, te induz a fazer tudo o que diz ser o certo, mas a lagrima corre nos olhos e ela não consegue aceitar que a coisa certa a fazer, nos faz chorar. Ela sentia-se livre quando fazia o que estava com vontade, e vai ser assim de hoje em diante, dizer que ela não esta se valorizando é mera ignorância, grande engano, ela se valoriza sim, ela valoriza o seu sorriso, o seu bem-estar, ela pensa nela assim como pensa na sua felicidade e em pensar tanto nisso é que cede aqueles beijos e prazeres de amor, de carinho e ela não se engana nisso. A sensação de ser abraçada e ouvir palavras de amor, aquele eu te amo profundo, numa tonalidade diferente –aquela voz baixa e fraca de sair, num tom suave e um tanto quando inseguro. Ela tinha esquecido que o coração parece saltar pela boca, que os pés gelam, as mãos esquentam e o calafrio aumenta. O amor é assim. Tão tola ela se achava, mas tão desejada se sentia. Ela sabe que ele não a engana, ela sabe que ele é o idealismo conversado nas aulas de português, ela sabe que nada é tão perfeito, que nada é perfeito, exceto aquele seu amor que viverá(e vive) com aquele anjo. Mas afinal anjos existem?