segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Tão proibidas quanto os pensamentos de amor é


O sono extremo que se alinha mutuamente com a imensa vontade de aspirar aquela tão cobiçada substancia tóxica, isso se torna mais um refúgio inadequadamente adequado, uma fuga talvez, para escapar da ausência incômoda de pensamentos vazios e talvez dos cheios e conceituados também, quero encontrar um raio iluminado de substâncias tão proibidas quanto a minha enorme vontade de explodir todos os meus sentidos inesperados, nos quais eu consisto em viver. Ao aspirar aquele pó ardente sinto como se tivesse te matando um pouco aqui dentro de mim, não sentia o amor, não sentia o sofrer, e sim o querer, o querer te explodir, o querer de magoar, o querer me vingar. As tardes que passei ao seu lado não passaram de tardes de abstinência de sentidos, era tudo tão comum que eu nem havia percebido que a falsidade, meu caro, ali reinava. Mas ao mesmo tempo, eu não consigo te ignorar simplesmente, eu não consigo te odiar quando te olho nos olhos e percebo que aquele olhar ainda não se perdeu e que no fundo dele ainda brilha aquela magia inexplicável, mas enquanto o dia não passa, enquanto o pó não acaba, enquanto o café não esfria, eu lembrarei de ti e sentirei uma leve brusca vontade de vomitar sangue novamente. O fazer tão bem já não entra em ênfase nesse texto tão medíocre quanto minha forma de sempre confiar em ti.

domingo, 5 de outubro de 2008

Na beira do abismo.


Não tão digno o poder de uma palavra, do outro, não tão digno o poder de uma ação alheia, não tão digno o olhar indignado. Nada é digno ao ver daqueles olhos famintos, ela queria apenas um motivo para tal autodestruição, mas todos negavam se a percebeu que ela só queria um motivo, banal, qualquer, para sumir desse mundo, num tempo chamado ‘para sempre’. Apenas um motivo pra sentir raiva, apenas um motivo para enxugar suas lagrimas, apenas um motivo para ergue-se sem bambear novamente. Suas expectativas de vida eram tão frustrantes quanto aqueles dizeres de carinho, aquilo lhe traziam náuseas, lagrimas salgadas e ácidas, sua esperança nunca seguiu a regra de ser a ultima a morrer, para ela era a ultima a nascer, isso se não houvesse um aborto antes. Seu discurso estava cansando, não era de boa moça, não era de má pessoa, e muito menos de ignorante, era apenas de uma menina semi-juvenil falida e desanimada, pelo menos é isso que iriam dizer, se vissem aquelas lagrimas escorrendo em sua maquiagem um tanto quanto pesada. E o choro realmente era de uma menina mimada e extremamente infantil, ela já não tinha mais vergonha disso, tinha perdido suas mascaras e cansado de procurar, então se uma pessoa já havia se afastado e ela não morreu; que mal teria de permanecer sozinha? A cada passo, a cada olhada para o nada o abismo se afundava e ela cada vez mais na beira, não notava tamanho perigo que havia ingressado. O voar para ela já não era mais um sonho de criança, o estar leve e segura não significa alegria e confiança. A cada passo ela esquecia que nunca aprendera a voar.