terça-feira, 14 de setembro de 2010

Possivelmente impossível

Como quem olha para frente, ou para trás, é de preferência para trás, e vê só aquilo que por descaso ou descuido não pode mais ser visto. Se deparar com tamanha e estranha mania de sempre querer o impossível. E como se o impossível bastasse. Não basta. Ela está numa lamentável fase de querer tudo ao mesmo tempo, mas não por muito tempo. Desejos sobem e somem. Isso corrói, corrompe e mata, aos poucos. Numa esquina ama, na outra desencanta. Mas o que poucos sabem, muito menos ela, é que dos becos mais escuros ao montes mais claros, o que ela realmente procura é paz, um copo de vinho e uma companhia agradável e de verdade, um sentimento qualquer que pode ser fantasiado sem culpa de amor.

domingo, 12 de setembro de 2010

Volta

E nessa angustia de quem perde a inspiração. De quem demonstra cansaço sem ao menos ter levantado. Das olheiras que confessam gritando as noites mal dormidas. Do passado mais presente do que o próprio presente. Das fotografias amassadas, amareladas, empoeiradas. Saudade, inspiração, saudade. Sinto falta de quando tudo era mais fácil, de quando o tinta da caneta acabava rápido, do excesso de sentimento transformado em palavras e do coração aliviado. É que nem todas as coisas têm caminhado devidamente. E será mesmo que o lugar certo exista? Vale a pena caminhar ao que se diz o certo? E qual seria o certo? Depende da imaginação, depende do quanto tem esperança de um dia, quem sabe, ser feliz. E isso ultimamente tem sido muito pra mim.