quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Desistir de tentar desistir


Se a revolta fosse a solução para tudo isso, talvez eu sentisse revolta embalada de muito ódio. Mas é que nesse caminho eu só aprendi a moldar aquilo que sinto. E assim moldando, tornando ele mais vivo e forte. Forte que suporta o destino que tudo tem traçado. Um olhar que se perde em meio a multidão, seu sorriso e sua cara de insatisfação. Já desisti. Desisti de tentar te esquecer, de fingir não te querer e no fim, ao deitar em minha cama, só pensar em você. É difícil te ver caminhando na minha frente sempre em frente cada vez mais distante e não ter nenhum argumento pra te deixar aqui, tão perto, tão certo. E se você não é pra mim pra onde é que o destino me conduz?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sentimento Bom

E daquilo que tempos atrás era impensável, inacreditavelmente tem se tornado a cada dia que passa, a coisa que mais tenho pensado. E só de ouvir sua voz dentro de mim tudo parece se tranquilizar. É como se me dissesse só de olhar “Calma, o sorriso mais lindo está ao seu lado”. Encoste seus lábios nos meus, feche os olhos e esqueça a hora de ir embora, sussurro bem baixinho: que os ponteiros voltem para trás. E é quando eu mais peço que o tempo corre, voa, não espera. Meus pensamentos mais voam em direção a ti, do que qualquer outra coisa e que mesmo sem palavras bonitas e ajeitadas eu sempre tenho o que dizer sobre você. É eu gosto de você. Sorriso irradiante, um olhar hipnotizante, que conquista todos por perto e que nunca para e pelo visto nunca vai parar de me conquistar a cada gesto e dia que passa. Que seja bom, que seja certo. E que pode ter certeza que tudo o que eu faço é pra te deixar como você sem esforço nenhum tem me deixado ultimamente, extasiada, abismada, maravilhada de tanto sentimento bom ao som de qualquer som.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Possivelmente impossível

Como quem olha para frente, ou para trás, é de preferência para trás, e vê só aquilo que por descaso ou descuido não pode mais ser visto. Se deparar com tamanha e estranha mania de sempre querer o impossível. E como se o impossível bastasse. Não basta. Ela está numa lamentável fase de querer tudo ao mesmo tempo, mas não por muito tempo. Desejos sobem e somem. Isso corrói, corrompe e mata, aos poucos. Numa esquina ama, na outra desencanta. Mas o que poucos sabem, muito menos ela, é que dos becos mais escuros ao montes mais claros, o que ela realmente procura é paz, um copo de vinho e uma companhia agradável e de verdade, um sentimento qualquer que pode ser fantasiado sem culpa de amor.

domingo, 12 de setembro de 2010

Volta

E nessa angustia de quem perde a inspiração. De quem demonstra cansaço sem ao menos ter levantado. Das olheiras que confessam gritando as noites mal dormidas. Do passado mais presente do que o próprio presente. Das fotografias amassadas, amareladas, empoeiradas. Saudade, inspiração, saudade. Sinto falta de quando tudo era mais fácil, de quando o tinta da caneta acabava rápido, do excesso de sentimento transformado em palavras e do coração aliviado. É que nem todas as coisas têm caminhado devidamente. E será mesmo que o lugar certo exista? Vale a pena caminhar ao que se diz o certo? E qual seria o certo? Depende da imaginação, depende do quanto tem esperança de um dia, quem sabe, ser feliz. E isso ultimamente tem sido muito pra mim.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Um maior qualquer coisa

Sente-se como se estivesse tão longe que não pode alcançar. Incapaz de tocar. Observa com lagrimas que nem tudo está como o esperado, aliás, inesperada é a forma que ela vive. Se vive a esperar já não sei, mas nada ela faz. Coração dilacerado que pelo visto não sara nunca. Um único amor que insiste em fincar-se em seu peito como um punhal, tão verdadeiro que não dá pra disfarçar. E qual seria o erro de um amor verdadeiro? Não minto, não nego, ah como eu queria, de tal força absurda, arrancar isso do peito, jogar literalmente no lixo e ficar olhando até que sangre, murcha e apodreça. Bom, sangrar ele já sangra e não é pouco. O resto só requer tempo, e como dói ser dependente do tempo, ver que nada pode ser feito e mais uma vez no dia sentir-se incapaz. Minha maior dor, meu maior amor, meu maior desejo, meu maior veneno. Meu maior. Que não tão grande foi de tempo, nem tão curto de sentimento. Mas que se acabou num piscar dos olhos, numa palavra dita por impulso ou por destino, mesmo eu nele não acreditando. Que por maior que seja essa dor, é só mais uma prova de que tudo por você, sem indagação sempre foi maior!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Maldito Entusiasmo


E então naquela esquina te encontrei, e como é difícil dizer, mas não foi como esperei. Nem um gole da sua cerveja eu tomei, nem um trago do seu cigarro eu fumei. Nem ao menos o abraço verdadeiro eu te dei. Entre as poucas vergonhosas e sentidas lágrimas que, por fraqueza momentânea, deixei escorrer havia esperança, confiança e no fundo, talvez, quem sabe, um arrependimento de ter mergulhado sem saber ao menos nadar. Mas nessa o mar foi traiçoeiro, não soube me segurar, te segurar, nos grudar. Ou foi só uma maré. E o barco que embarquei não suportou, mas uma vez. Fervoroso, tépido, rápido e ao mesmo tempo tão sereno. Overdose de sorrisos, tragadas prensadas de alegrias e fungadas de libertinagem. Mas que tão rápido começou. Que tão rápido se acabou. E que por milhares de vezes ainda repetirei, eu odeio o entusiasmo. Mesmo que só exagerado pra dar impacto no texto, eu senti. Mesmo que tão apavorada que fiquei, eu deixei. Mesmo que tão doloroso, eu recuei. Mais band-aid a caixa acabou e meu coração que se alargou ainda falta curativo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Felicidade

Ontem eu vi a felicidade passando,
se equilibrando no meio fio,
rodopiando pelas placas,
cantarolando
pisando em poças d'agua
olhando e sorrindo
me procurando entre bares e parques
no meio da rua ou nos altos andares
Mas se eu me perdi,
como pode alguém me achar?