sábado, 12 de julho de 2008

Escapatória


Ela fumava cigarros compulsivamente, e isso era uma forma de fugir dos problemas que a atormentava. Ela achava que a fumaça substituiria a dor, espalhasse e embaralhasse até sumir aqueles pensamentos indiscretos. Ela só queria alguém ao lado dela naquele momento, mas alguém de verdade, e não aqueles amigos imaginários que sempre surgiam pra lhe confortar, mas nem isso estava resolvendo mais, já tinha passado tudo dos limites. As lagrimas não escorriam do rosto dela, nem pra isso ela tinha mais forças. Boba, é o que diriam pra ela se contasse tudo o que esta pensando. As bebidas que ela ingeria não faziam tanto efeito, não mais que aqueles doidos e alucinógenos contradizeres que estava em sua mente. As drogas que ela costumava a usar estavam amenizando a dor que ela sentia da impotência de sempre perder, de sempre sofrer. E ela estava cansando de tudo isso, mas sabia que seria banal banalizar aqueles sentidos. A melhor escapatória que ela teve foi fingir que nada aconteceu, e que a preocupação é algo que ainda não lhe atingiu.