sábado, 2 de agosto de 2008

A medíocre forma de amar



Naquele seu jeito superior, crítico, acabava chamando a atenção de qualquer um ao seu lado, sendo enfim sempre observado, mesmo que não das melhores maneiras. E o que restava para quem se aproximava? Apenas aquele seu cinismo. Tudo aquilo que em um segundo anterior deveria marcar defeitos, tornou-se por fim sua maior qualidade. Aquela fria indiferença tornou-se sua melhor qualidade, pelo menos pra ela. Ela, aquela menina que aceitava a consição de uma singela amiga só pra poder ficar ao seu lado. Ficar ao lado de alguém que tanto falava, tanto sentia, mas tão pouco fazia. E isso talvez fosse só um motivo para ele não se sentir sozinho, não se sentir inferior aquela solidão que o atormentava. As noites de vinhos e risadas, ah... aquelas noites, para ele apenas uma diversão momentânea, porém para ela um suplemento para sua felicidade, a cada copo de vinho um olhar distante se cruzava, a cada risada exagerada um sorriso singelo se formava. A loucura de goles empurrados de vinho chegava, e tudo se encaminhava a inalterabilidade. E aqueles sorrisos singelos se tornavam algo bestial. O tempo foi passando, as portas se fechando, os olhares agora mais distantes e os sorrisos mais atacantes. As palavras de carinhos eram dispersas entre frases de cinismos, os carinhos era brincadeiras envolvidas em sentimentos, os olhares era apenas olhares, nada mais. Para ela o que importava era se sentir feliz, e ao lado dele ela achava que todos os sentimentos denominados da felicidade, ali estava presente. Para ele apenas mais uma, apenas um prazer, apenas mais um motivo para sentir-se superior, ele achava que tudo não passava de uma brincadeira pecadora, estúpido engano. Aquela superioridade estava lhe fazendo tão mal, mas ele nem tinha a capacidade necessária para perceber isso, ele tentava esconder de si mesmo o quão estava necessitado de sentidos, de amores, de afeto. Mas ele não se preocupava, ele sempre tinha em quem se esconder, ele sempre tinha a quem se refugiar, ele havia perdido sua vida e nem percebera. A certeza tinha se tornado a melhor amiga e ao mesmo tempo a pior inimiga dele, e ele insistia em nela acreditar, ele tinha esquecido que nada é pra sempre, que tudo cansa um dia, e que ela não era de pedra. Ele estava tão concentrado em sua medíocre forma de prendê-la que nem ouviu ser dada a ultima palavra e nem se tocou que o ultimo beijo estava preste a ser selado. Talvez depois daquele último adeus ele tenha entendido que dessa vez seu tão prezado cinismo não o tenha salvado da derrota. Talvez, vendo os passos daquela menina se dissolvendo pela distância, ele tenha entendido que naquele momento ela não estava brincando. Ou talvez... ele ainda acredite que ela vá voltar, por isso não se limita a jogar fora as palavras. A certeza ficou incerta, e aquela cama que há tempos era tão quente, tornou-se tão fria quanto ele insistia em ser.

13 comentários:

Anônimo disse...

Obrigada por me avisar. ^-^

É o que sempre digo, não teste as pessoas, pois você pode colocar em risco a únicas pessoas que realmente sentem algo por você.

Gostei do texto. Bah! Sempre gosto de seus textos, são uns dos melhores que li. Você tem um grande futuro pela frente e tenho dito! :D

Anônimo disse...

É, nada melhor que a solidão pra darmos valor ao que tínhamos. Estar sozinho, às vezes, faz bem, mas na maior parte do tempo é terrível.

Ser fechado é bom. Limita as relações, permitindo somente aquelas que lhe são agradáveis. Porém, muitas vezes, preferimos buscar na solidão algo que nunca encontraremos...

Abraços
_________
Folhetim On Line

camila l. ♥ disse...

acompanhei isto de longe/perto.
E grazaDeus passou né amiga?

TE AMO

Um cara ai disse...

gostei!
é tão acido e ao mesmo tempo tão triste =X
li e tive a sensação de ver um cara desesperado que teima em dizer que está bem.

gostei do seu blog, vou passar mais vezes aqui o/


beijo.

Ramon Assis disse...

Me idenntifico com esse sujeito, aquele que se esconde em tantas máscaras que já esquecer o que é, e principalmente não sabe mais o que sentir, e no momento que perde, na ausência, é que a ficha cai.

nem tudo é relativo, principalmente no amor.

Como sempre um ótimo texto, de grande maturidade.

www.assiris.blogspot.com

Supremoo507 disse...

Legal the blogger gosteii

Edu França disse...

O texto é interessante e me lembrou um verso de uma Música chamada Mulher de VErdade, que diz "não bota banca, amor, porque infelizmente eu não sou jornal"

Tetéé disse...

Valeu pelos toques adorei mesmo.
Caracas sei la to chorando acabei de ler isso(talvez eu seja tola),mais sabe ta acontecendo a mesma coisa na minha vida,que não aguentei comecei a chorar,você faz tocar a alma !Achei tão perfeito a forma que vc colocou as palavras,o seu modo de escrever perfeito.Abalou as estruturas parabéns bjão.Concerteza vc tem futuroo.

N.Lym disse...

Vc, cm sempre, arrasando nos textos, gata!! A-do-ro vir aqui!! Digo isso qtas vezes for preciso.
Seu texto me deixou inspirada!=D

Ricardo Jung disse...

É sempre assim... que um ser imbecil e fraco se une obsessivamente a outro ser forte, manipulador e tirânico... soa como uma projeção daquelas horrorosas, que termina em morte, drogas ou suicídio da parte fraca, pobre mocinha idiota...

Una armadilha scorpio, donde havia trapado-se.

Mas...

...sua reação foi fantástica! Morte aos escorpiões!!! Com os seus próprios venenos ardam em seu orgulho medíocre!

não me pergunte o quê que eu tomei...

Alexander disse...

Seus posts muito interessantes como sempre. Por isso que as vezes temos que confiar naqueles que já conhecemos "realmente", a vida é cheia de surpresas, e nem sempre todas são boas.

Valeu pelo seu comentário no meu BLOG !

Visite o meu também
www.muitosobrealgo.blogspot.com

ATUALIZAMOS HÁ UM TEMPO
Último POST : Comunidades "Normais"

OBS: Estamos aceitando parceria, basta nos avisar por meio de recado. Se você já é nosso parceiro, desconsidere esse fragmento xD !

Vlwww ! Abraço !

Dário Souza disse...

Gostei bastante do texto,a complexidade da historia é impressionante.

Bella Stella disse...

Acho que se ele tivesse coragem de responder, parafrasearia aquela canção que diz assim:
"Uma menina me ensinou, quase tudo q eu sei. Era quase escravidão, mas ela me tratava como um rei (...)Mas egoísta que eu sou Me esqueci de ajudar A ela como ela me ajudou E não quis me separar(..)"
Mas, quem sabe, 'ainda é cedo' demais para ele conseguir concatenar uma resposta...